
Mas ela destaca que o desgaste da relação no dia-a-dia é algo inevitável. “Há uma tendência para que os relacionamentos caminhem para uma certa rotinização, o que pode gerar descontentamento e insatisfação”, destaca Secco. Nesse contexto, a sensação glamourosa que existia antes ou logo depois do início do casamento vai se perdendo e a monotonia pode ganhar espaço. “Mas se os sentimentos se tornaram mais estáveis, isso não quer dizer que eles se esvaziaram. Tudo irá depender de quanto o casal investiu e continua investindo na relação”, continua.
Para Secco, muitas pessoas costumam ter a crença falsa de que aliança e papel passado são garantias de manutenção de um relacionamento. Ela lembra que no início de um namoro, por exemplo, com a ligação entre os pares ainda crua, o medo que um deles tem de perder o outro é sempre algo presente. “Com o casamento, esse temor e o conseqüente desejo de cultivar a relação podem diminuir em virtude da sensação de estabilidade e segurança que ele proporciona”, argumenta. E tal quadro pode fazer com que a pessoa perca a motivação e deixe de cuidar da união estabelecida.
Ao mesmo tempo, a psicóloga vê o companheirismo como algo positivo, que, necessariamente, não está relacionado à perda da libido ou do interesse pelo outro. Na verdade, a psicóloga destaca que para um bom casamento estes itens são complementares. Mas reforça a idéia da necessidade da reinvenção da relação para a felicidade não só sexual dos parceiros. “Isso pode ser feito por meio de coisas simples como programar um dia diferente, jantar num lugar especial, retomar os sentimentos que fizeram com que aquela união acontecesse, entre outros”, conclui.
Fonte: Luciane Secco / CRP: 06/46488, SP.