Asmática desde pequena, a pesquidora de mercado Rosemary Ferreira, 42, não sabia o que era usar perfume. O cheiro provocava nela crise certa, como outros irritantes --fumaça de cigarro, pó, poluição, pelo de animais.
"Passei boa parte de minha vida em casa ou no hospital. Não tinha vida social, só falta de ar", diz. A pesquisadora é uma das participantes de um estudo sobre uma nova cirurgia para tratar sintomas graves de asma.
Chamada de termoplastia brônquica, a técnica é feita com um tubo flexível introduzido pelo nariz ou pela boca, que leva até os brônquios um dispositivo gerador de calor. O aquecimento faz a musculatura lisa dos brônquios perder o volume e a força de contração.
"A função desse músculo é fechar o brônquio para não deixar agentes externos entrarem nas vias aéreas. No asmático, qualquer estímulo leva a uma resposta exagerada, fechando demais o brônquios a ponto de o ar não entrar", explica Marina Lima, diretora científica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.